O DESEJO DE ANABELA...
Nem as cores alegres daquele apartamento, me conseguiam transmitir serenidade, pensei enquanto descalçava as sandálias e as atirava para a porta do quarto.
“Ó mulher, de que te serve passares uma tarde de sábado num SPA, gastares balúrdios de dinheiro a empiriquitares-te, se ao chegar a noite, ficas aninhada no sofá a ver ou rever um qualquer melodrama que te deixa os olhos vermelhos e inchados de tanto chorares??”
Tinha que fazer alguma coisa.
A minha vida social estava um caos.
Já nem recordava a última vez que tinha saído com o grupo…que não paravam de me ligar.
Não paravam, mas esta tarde ninguém tinha feito um convite!!
Nem um!
Não posso crer que entrei nos 38 e já sou considerada a chata do grupo!
Penso na Marta.
E sorrio…
Se não estou em erro, a última vez que me ligou, foi pelo Carnaval.
Ia haver um baile de máscaras.
Neguei!
Eu, que outrora, estava em todas!
Meu Deus, Anabela! Estás mesmo a ficar velha!
Decido-me por ligar-lhe…com um pouco de sorte, pode ser que esta noite haja alguma festa.
“_ Não acredito! Já tinha desistido de ti, Anabela!”
“_Desculpa querida, sabes como é…umas vezes o trabalho…outras…”
“_Pois pois, a tua conversa é sempre a mesma. Mas diz-me..que te levou a ligares-me ás 6 da tarde?”
“_Queres a verdade?” Apetece-me sair e não tenho companhia!!”
Do outro lado, uma gargalhada.
A Marta é assim.
Desde que trabalha naquela mansão, vida social não lhe falta.
“_Afinal como é, vais ficar aí a noite toda a gozar comigo, ou tens algum tempo disponível para saíres com a tua velha amiga??...Vamos onde tu quiseres, eu só quero é sair de casa!!”
Finalmente as gargalhadas pararam.
“_ Desculpa Anabela (com uma voz de quem se está a rir para dentro), eu não posso sair.
Esta noite vai haver festa na mansão e andamos doidos com os preparativos…”
Pronto, lá se ia a minha noite!
“_ ok Marta, fica para outra vez. Beijinhos e boa….
“Espera!! Dá-me uns minutos, já te ligo”
“_Está bem. Até já, então”
A culpada disto és tu Anabela!
Passas séculos sem tirares umas noites para a diversão, e quando queres, nicles!
Ohhh, mas hoje queria mesmo algo diferente…
Encho a banheira e escorrego nela, depois de ter colocado uma melodia suave a tocar.
Fecho os olhos e toco-me…o corpo arde de desejo…implora por ser tocado.
Levo uma mão ao clítoris, massajando-o em movimentos circulares…
E o telefone toca!
“-Anabela, veste algo deslumbrante, e vem ter á mansão dentro de uma hora”
“-Que….”
A Marta já tinha desligado.
E a doida sou eu!
Ora vejamos…tenho 50 minutos…e nem me masturbei!
Rapidamente acabo o duche, enquanto penso no que vestir.
Depois de aplicar o creme hidratante, avalio-me ao espelho.
Corpo esbelto e voluptuoso.
Peitos firmes, capazes de encher a mão de um homem.
Vamos ver, se vais caber dentro do vestido!
Esta noite apetece-me dar nas vistas, por isso, opto por um vestido vermelho de decote pronunciado em forma de coração.
As costas são formadas por uma delicada tira de tranças de tecido entrecruzadas nos ombros.
A pele fica completamente nua até mesmo debaixo da cintura, por isso, nada de soutien.
Lingerie, apenas um fio dental vermelho.
Sandália preta e mala a condizer.
Depois da maquilhagem..voilá!
Não estás nada mal, Anabela!
Não, não devia estar mal, porque o taxista não tirava os olhos dela.
Em menos de 20 minutos, estava á entrada da tão falada mansão.
Só nessa altura, comecei a sentir um friozinho na barriga.
Os nervos apoderaram-se de mim, e comecei a pensar seriamente em voltar para casa, enquanto olhava para trás, para me certificar que o táxi já tinha ido embora.
Ainda nem tinha acabado de pensar, já a porta estava a abrir-se.
Virei-me e…
“ Olá, pela discrição da Marta, deve ser a Anabela, certo?”
“Hummm…sim”
Aquele era o mordomo de que a Marta me falara?
O MORDOMO!!!
Aquele homem, que me tinha metido o sangue a fervilhar, com uma simples frase?
Senti que continha a respiração, e estupidamente corei!
Aquele homem, mais parecia um Deus grego!
Irradiava uma assombrosa masculinidade com aquela farda de smoking, puxando-me para ele, como se de um íman se tratasse.
Subitamente, senti que todo o meu corpo despertava para aquele homem, enquanto a minha mente fica escandalosamente lenta.
“- Entre Anabela, bem vinda á minha mansão…á mansão de todos os meus amigos..a mansão dos desejos!”
Pegou-me na mão e sussurrou-me: Peça um desejo, e talvez lhe seja concedido esta noite.
Olhou-me de forma intensa, e eu soube na hora qual o meu desejo.
Uma noite de sexo com o Mordomo!!!
ASS: O.F